Atividade física para o controle da hipertensão


A hipertensão, comumente conhecida como pressão alta, é uma inimiga silenciosa considerada uma das formas mais prevalentes de doenças cardiovasculares e um problema de saúde pública no Brasil. A pressão alta acomete até 44% da população adulta urbana, possuindo também considerável prevalência em crianças e adolescentes. O controle se faz principalmente por tratamento medicamentoso, embora, entre os pacientes em tratamento, poucos mantenham a pressão arterial (PA) controlada. Por outro lado, a prática de exercício físico é uma estratégia coadjuvante no tratamento da hipertensão, pois pode levar a reduções da PA e das doses de medicamentos (podendo até mesmo suspender seu uso), além de melhorar a qualidade devida.

Ou seja, o sedentarismo também constitui importante fator de risco, já estando bem estabelecida a ocorrência de maior taxa de eventos cardiovasculares e maior taxa de mortalidade em indivíduos com baixo nível de condicionamento físico. Sujeitos com menor aptidão física tinham risco relativo de 1,5 para a incidência de HA em relação aos sujeitos com maior aptidão. A partir de então outros estudos e pesquisas foram conduzidas, concluiu que níveis elevados de atividade física de lazer reduzem em aproximadamente 30% a incidência de HA.

A atividade física aeróbia tem-se apresentado com grande destaque na redução da pressão arterial, com uma diminuição entre 5 a 7 mmHg em média na PA sistólica e diastólica, levando este beneficio por dias. Estudo de Véras-Silva AS, em 1997 já constatou que níveis baixos e moderados (40% a 60% VO2 max e da FC max), dando maior preferência a maior frequência semanal e maiores volumes nas sessões, tem efeitos benéficos já constatados a estes indivíduos com pressão alta. Para indivíduos com propensão, estudos mais recentes indicam que a pratica regular de atividades físicas aeróbias vigorosas, reduz em aproximadamente 30% o risco de desenvolvimento da HA. O treinamento aeróbio reduz a PA clinica sistólica/diastólica de hipertensos em cerca de 7/5 mmHg, além de diminuir a PA de vigília e em situações de estresse físico e mental.

Quanto ao benefício do Treinamento Resistido (TR), ainda faltam estudos que expliquem mais seus efeitos sobre a PA para fins terapêuticos. Mas já existem algumas recomendações como as publicadas pelo próprio autor supracitado, no qual o TR deve ser feito em complemento ao aeróbio de duas a três vezes por semana, envolvendo a execução de 8 a 10 exercícios para os principais grupos musculares em intensidade leve (50% de 1 RM) e com series de 10 a 15 repetições ate a fadiga moderada. Uma meta análise realizada por Rossi et. al (2013) no Programa Educacional sobre Hipertensão no Canadá mostrou que a pressão arterial diastólica foi significativamente reduzida (2,2 mm de Hg) comparados com um grupo controle na musculação. Em contraste, não houve diferença estatisticamente significativa na mudança da pressão arterial sistólica (1,0 mmHg). Nenhum estudo encontrado relatou aumentar a PA, sem nenhum efeito adverso no treinamento resistido.

O exercício físico, principalmente o aeróbio, realizado regularmente provocam importantes adaptações que vão influenciar o sistema cardiovascular desde a prevenção ao controle da PA. A redução nos níveis de repouso da pressão arterial é especialmente importante no tratamento da hipertensão arterial, já que, por meio do treinamento físico, é possível para o paciente hipertenso diminuir a dosagem dos seus medicamentos anti-hipertensivos ou mesmo ter sua pressão arterial controlada sem a adoção de medidas farmacológicas, reduzindo custos para o paciente e para as instituições de saúde.

Matéria sugerida pelo professor Vinicius Santos da Silva.

Compartilhe esta notícia